Servidor enfrentando PAD e depressão? Saiba como um advogado pode proteger seus direitos e sua saúde mental no processo disciplinar.

A gravidade de um PAD para servidores com transtornos emocionais
Ser processado por meio de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) certamente é uma das situações mais difíceis enfrentadas por um servidor público, que pode trazer abalos emocionais e psicológicos, afetando o trabalho do servidor processado e os seus relacionamentos sociais e familiares.
Logo, para um servidor público que já possua um quadro de saúde mental abalado ou que esteja enfrentando uma depressão, por exemplo, responder um PAD pode agravar ainda mais a sua vulnerabilidade intensificando os transtornos emocionais.
Quem está com depressão pode responder a um PAD?
Um servidor público que enfrenta um quadro depressivo ou de vulnerabilidade psicológica do servidor poderá sim responder a um PAD.Contudo, a condição psicológica desse servidor pode ser um relevante fator em sua defesa no procedimento, embora não seja capaz de ensejar automaticamente a suspensão do procedimento.
Nesse caso, é fundamental que o quadro psicológico do servidor seja demonstrado no PAD por laudos médicos e acompanhamento profissional.
Saiba mais sobre PAD e depressão.
Como o advogado pode ajudar nesses casos

Proteger o servidor de decisões precipitadas
Um dos maiores riscos de um servidor com depressão em um PAD é a tendência a confessar infrações indevidamente, ou a aceitar punições sem contestação, simplesmente para encerrar o processo e aliviar a pressão psicológica. O advogado age como um “filtro”, avaliando a veracidade das acusações e orientando o servidor a não se autoincriminar sem uma análise criteriosa.
Solicitar laudos e perícias que atestem a incapacidade
É fundamental apresentar documentos médicos que comprovem o diagnóstico, o tratamento e o acompanhamento psicológico ou psiquiátrico. Esses laudos são a principal prova de que a depressão é uma condição real e que está sendo tratada. Além disso, a documentação será fundamental para demonstrar que o servidor não estava inteiramente capaz de discernir a natureza e a gravidade da infração cometida.
Pedir suspensão ou adequação do processo
A demonstração do quadro depressivo do servidor poderá ensejar na suspensão do PAD. Assim prevê o artigo 160 da Lei 8.112/90, que rege as normas gerais aplicáveis aos servidores públicos federais, em sua seção que trata das regras atinentes ao Processo Administrativo Disciplinar:
Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a comissão proporá à autoridade competente que ele seja submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe pelo menos um médico psiquiatra.
Após o exame, se for demonstrado que o servidor não tem condições de se defender em razão da gravidade da doença, o advogado poderá requerer a suspensão do PAD. Esta suspensão é temporária e deverá durar enquanto o servidor estiver em tratamento. Com a recuperação do servidor, o PAD é retomado.
Saiba por que contratar um advogado especialista em PAD pode salvar sua carreira
Posso ser demitido mesmo com laudo de depressão?
A posse de um laudo de depressão fortalece a defesa do servidor, pois serve como prova de sua condição de saúde. No entanto, a demissão ainda é uma possibilidade caso o PAD conclua que a infração foi grave e que o laudo não foi suficiente para justificar o ato.
Para evitar a demissão do servidor, a defesa poderá explorar argumentos que indiquem que a doença está ligada tanto à incapacidade de discernimento do servidor público quanto ao ato praticado quanto à incapacidade de se defender adequadamente no PAD.
Um advogado especialista em PAD irá reunir provas médicas (laudos, atestados, relatórios), ouvir testemunhas e construir uma argumentação baseada em fatos e na lei. Ele pode, por exemplo, demonstrar que a depressão foi um fator determinante para a infração cometida (como no caso de faltas injustificadas), e que, portanto, a punição deve ser atenuada ou até mesmo anulada.
Descubra como o advogado pode reverter uma demissão por PAD
Qual o momento certo para procurar um advogado?

Procurar um advogado especializado o mais cedo possível é a melhor forma de garantir uma defesa técnica e eficaz. Assim que o servidor tomar ciência da acusação ou de um possível PAD, até antes mesmo de sua instauração, durante a sindicância, ou seja, a investigação prévia, é fundamental buscar o apoio de um advogado especializado, especialmente no caso do servidor que já está emocionalmente fragilizado por um quadro depressivo.
Indicar que o ideal é assim que o servidor perceber que há risco de processo disciplinar — especialmente se já está emocionalmente fragilizado.
Indicação de advogado especialista em PAD e saúde mental
O papel do advogado é crucial para proteger um servidor com depressão que está respondendo a um Processo Administrativo Disciplinar (PAD).
A presença de um profissional jurídico especializado é vital para garantir que a defesa seja feita de forma técnica e racional, e não impulsiva, evitando que o servidor, em um estado emocionalmente fragilizado, cometa erros que possam prejudicar sua própria defesa. Em resumo, o advogado não está emocionalmente envolvido no caso, o que lhe permite agir de forma estratégica e racional.
Também é essencial contar com profissionais especializados em saúde mental. Ter o apoio de uma equipe multidisciplinar — advogado, psiquiatra e psicólogo — é a combinação ideal para proteger o servidor.